terça-feira, 22 de setembro de 2009

UM CASO DE AMOR

"O celeiro do handebol". Esse era o titulo da cidade de Miracema nos anos 80. uma década marcada por uma equipe que não sabia o que era derrota. a febre pegou e foi passando de geração pra geração e claro rendendo muitas histórias pitorescas, como essa...

A cidade de Miracema e o handebol têm uma verdadeira história de amor. O romance começou no início dos anos setenta. A jovem e bela cidade às margens do Rio Tocantins, teve seu primeiro contato com a modalidade esportiva através do professor de educação física, Manoel Jardins, que em suas andanças pelos grandes centros do país, se encantou com o bom joguinho. De volta à terrinha, o professor trouxe a novidade.

Em 1975 Manoel Jardins deixou a área educacional e passou a bola para José Carlos, que deu continuidade ao trabalho no Colégio Tocantins. As dificuldades eram enormes, começando pela falta de quadra de espotes para treinar. Problema resolvido na base da "enxada e picareta", em um terreno baldio, pelo próprio professor e seus alunos.

Na hora dos treinamentos um obstáculo curioso. O terreno era muito irregular e não permitia que os atletas "quicassem" a bola. Então, as jogadas se resumiam à troca rápida de passe, fator que sempre surpreendia os adversários

Paralelamente no outro colégio da cidade, o Santa Terezinha, o professor Osneide Cavalcante, carinhosamente chamado de "Rubim", trabalhava a modalidade com seus alunos. Em 1977, a cidade sediou os primeiros jogos estudantis do então norte goiano. A competição aconteceu na quadra do Colégio Santa Terezinha, que teve o handebol como a modalidade principal. Destaque para Dulce Dias chamada na época de “fenômeno”.

Nos anos 80, Miracema assinou de vez seu casamento com a modalidade esportiva. Foi quando veio a consolidação dos jogos estudantis na cidade. Foi a era de ouro do Colégio Tocantins. Atletas como Rainel, Elcio, Salvador, Tião, João Alberto, Deinha e muitos outros, fizeram do handebol do CT, um verdadeiro time dos sonhos. Só pra se ter uma idéia essa equipe em 8 anos perdeu apenas uma partida. Foi em 1981, para a SAMA de Minaçu, nos jogos estudantis de Gurupi. O placar foi 32 a 31. chegamos bem perto da perfeição, tanto que o professor José Carlos, chegava a colocar uma equipe em cada tempo do jogo e o desafio era saber qual marcava mais gols.

O entrosamento era tão grande que as vezes acontecia fatos engraçados. Certa vez em um deses jogos, a equipe mais uma vez sobrava em quadra e durante a partida o pivô, João Alberto sempre passava perto do banco de reservas e falava alguma coisa. Mas o barulho da torcida era ensurdecedor e o professor não conseguia entender. Já pela décima vez ele irritado chegou bem perto e gritou:

  • Zé Carlos, me tira!...

    O professor assustado perguntou:

  • Mentira de quem?...

    E o enfezado atleta explicou!...

  • Esses caras não passam a bola pra mim!...

    Foi aí que fomos perceber que apesar da sonora goleada, o nosso inusitado pivô quase não participava das jogadas. Sem pegar na bola ele achou melhor pedir pra sair...

    A convivência de Miracema com o handebol continua em alta até hoje. Em cada competição estadual, o nome da terrinha está sempre aparecendo entre os primeiro colocados. Pelo visto ainda vem muitos pódios por ai...


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